
O cineasta Gustavo Ribeiro exibiu pela primeira vez seu documentário “OCUPA SP” durante a 48º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo com a presença de integrantes da equipe de produção do filme e parte do elenco de personagens abordados na obra. Antes da exibição, Ribeiro deu uma breve entrevista a alunos do curso de Cinema e Audiovisual da ESPM.
O documentário discute a relação de diferentes grupos sociais com o território de São Paulo, a fim de explorar questões ligadas à identidade coletiva e individual, pertencimento (não só a um lugar, mas também a um grupo de pessoas) e luta, carinho e contradições na ocupação de diferentes áreas da cidade. Nesse sentido, a obra evidencia indivíduos muitas vezes marginalizados pela sociedade, como integrantes de comunidades indígenas, grupos teatrais independentes, coletivos de mulheres, entre outros. Todos buscam formas de resistir e existir em uma cidade que, apesar de ser considerada rica economicamente, é permeada por profundas desigualdades sociais.









Créditos das fotografias: Gabi Di Bella, disponibilizadas pela Sinny Assessoria e Comunicação
Entrevista com Gustavo Ribeiro
Gustavo Ribeiro estudou cinema em São Paulo, Barcelona e Cuba, com presença registrada também na 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, ocasião em que exibiu o longa-metragem “Todos os Paulos do mundo”.

Créditos: material de imprensa e divulgação disponibilizados pela Sinny Assessoria e Comunicação
Um filme não é feito por uma única pessoa, mas por toda uma equipe. Como você vê o cinema como essa forma de arte coletiva?
Gustavo Ribeiro: Com relação à equipe, o cinema é um trabalho coletivo. Eu só fiz esse filme porque eu tive uma equipe fantástica que trabalhou comigo desde a produção, que é a Ana Cláudia, que é quem viabilizou o filme. A Stella Grisotti, que fez a pesquisa, (…) ela que encontrou todos os personagens retratados. A Carol Quintanilha, que é a fotógrafa, o Michel Benício, que é o técnico de som, enfim, todo mundo que trabalhou de corpo e alma e de uma maneira muito afetiva, esse filme não seria nada sem eles. Apesar da figura do diretor ser sempre uma questão solitária, seja no set de filmagem ou na montagem, o cinema é um trabalho totalmente colaborativo.
Apesar de São Paulo possuir um imaginário em que as pessoas são distantes entre si, como vocês, realizadores, trouxeram essa relação de amor, carinho e luta na cidade?
Gustavo Ribeiro: É engraçado porque tem aquela música do Criolo, “Não existe amor em SP”, mas fazendo o filme eu encontrei muito amor em São Paulo. As pessoas que a gente retrata no filme têm muito amor pelo que elas fazem e tem muito amor pela cidade. É por isso que elas fazem o que elas fazem e tem uma frase do Ignácio de Loyola Brandão no começo do filme que é “São Paulo é uma cidade complicada”, igual (…) tem pessoas complicadas, você gosta delas, mas é difícil… acho que a relação com São Paulo é essa (…), uma relação difícil, mas que a gente ama muito, e por isso que a gente enfrenta ela, pensa ela, reflete sobre ela e faz filme sobre ela.



Créditos das fotografias: Gabi Di Bella, disponibilizadas pela Sinny Assessoria e Comunicação
Os alunos de Cinema e Audiovisual da ESPM agradecem o tempo cedido pelo diretor, pela discussão proporcionada e temas apresentados. A partir do filme, é possível enxergar uma São Paulo repleta de vida, de luta e de amor, não só pelo território em si, mas também pelas pessoas que vivem nesse espaço. Desse modo, o cinema é um meio fundamental para refletir, pensar e difundir essas diferentes realidades da cidade, que é repleta de contradições, e por isso, nunca deixa de ser humana. Pela intermediação com o diretor para a realização da entrevista, os alunos ESPM agradecem Mariana Canhisares e Priscila Santos, da Sinny Assessoria e Comunicação, que fizeram a ponte de diálogo entre e os alunos e os realizadores do filme.
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Por Bruno Cabral
Estudante de Cinema e Audiovisual 2º Semestre